Dois anos após ser mordido por morcego, Marciano, primeiro brasileiro a vencer a raiva humana, precisa de ajuda A estrada não é das melhores. Do centro de Floresta, cidade do sertão pernambucano, até o destino final da viagem são mais de 40 minutos de carro por uma pista de asfalto esburacada e um caminho de barro tortuoso e cheio de obstáculos.
Há dois anos, no dia 7 de setembro de 2008, o adolescente, hoje com 17 anos, foi mordido por um morcego. Naquele feriado, Marciano Menezes dormia numa casa parecida com a da fotografia desta página, a poucos metros dali, quando sentiu a mordiscada próxima ao tornozelo. Quatro dias depois, ele tomou a primeira dose da vacina antirrábica. Mas não recebeu o soro que poderia terevitado que a doença se instalasse. O garoto que tem nome de ser de outro planeta estava condenado à morte, dizia a lógica das evidências científicas. Mas ele venceu. E, como se não fosse mesmo deste mundo, se tornou o primeiro brasileiro a sobreviver à raiva humana.
Na casa do centro da cidade, Marciano passa o dia sentado no sofá, assistindo televisão. Na do campo, se acomoda sob uma das árvores, à sombra, de onde ouve o canto dos pássaros e vê os bichos passearem. Ri com os cabritos. Sonha com a possibilidade de voltar a andar. É lá, no mato onde foi criado, que o adolescente se sente mais feliz. Não no centro, de ruas calçadas e casas pintadas, onde mora desde novembro do ano passado. ( Por Juliana Colares, do diariodepernambuco.com.br ) |
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
SOBREVIVENTE EM BUSCA DE UM LAR
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