A doméstica Alzinete Francisca, 49 anos, e a sobrinha, Clarisse Rocha, 33, viveram, num mesmo episódio, o sofrimento e a tranquilidade de um atendimento hospitalar. O marido de Alzinete sofreu um acidente com moto, na noite do dia 30 de agosto. Foi levado pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital da Restauração (HR), no Recife, para onde corre a maioria dos doentes e acidentados do Estado. Deu entrada às 20h30 e passou a noite aguardando atendimento. Após um exame de raio-x, foi encaminhado ao Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista, especializado em atendimento ortopédico. No acidente, a vítima fraturou a perna esquerda. Assim que deu entrada no HMA, o marido da doméstica foi atendido de pronto e antes das 14h estava na sala de cirurgia. Depois da noite complicada que viveu nos corredores do HR, Clarisse quer que os candidatos ao Governo de Pernambuco se comprometam com a humanização do serviço médico estadual. "Ninguém dava atenção, o meu tio no meio do corredor, numa maca no chão, com a perna sangrando, para depois de uma noite inteira ser encaminhado para um hospital como este, onde o atendimento foi rápido. Os médicos nos explicaram tudo e os exames foram feitos imediatamente", contou Clarisse que, acompanhada de Alzinete, aguardava o término da cirurgia na entrada do hospital. "Os médicos lá na Restauração nem sequer olham na nossa cara. Um horror, um cenário de guerra", resumiu Clarisse. Novidade que chegou causando polêmica eleitoral, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estão na mira da população. A da Imbiribeira vive lotada. Os que procuram atendimento e conseguem chegar à sala dos médicos contam que o atendimento é bom, mas reclamam da espera. "O que eu quero é um governante que resolva o problema das filas nos hospitais e nas UPAs, porque quem está doente não pode esperar", reclamou Amilton Paulo, 20 anos, auxiliar de escritório, que aguardava atendimento. Dados do Ministério da Saúde, publicados pelo sistema Datasus, mostram que o número de consultas médicas por habitante em Pernambuco ainda é deficiente, figurando abaixo da média nacional - a mais recente é de 2005, apontando 2,55 consultas por habitante. Em Pernambuco dados do mesmo ano mostram uma média de 2,33 consultas por habitante. Desde então, a média estadual vem caindo. Em 2006, foi de 2,28 e 2,31, no ano seguinte. Especialista em Saúde Coletiva, o professor da Universidade de Pernambuco (UPE) Luís Oscar Ferreira alerta os candidatos para uma nova modalidade de doença que deve atingir os brasileiros nos próximos anos: a obesidade. Ferreira explica que o sobrepeso provoca várias enfermidades relacionadas, tais como as cardiovasculares e de articulações que precisam ser combatidas preventivamente. "Nós conseguimos resolver parcialmente, mas em uma profundidade razoavelmente boa, a questão da desnutrição, que não existe mais como problema de Saúde Pública. Saímos da desnutrição e entramos na era da obesidade, que é uma má nutrição por excesso, não por escassês. Precisamos nos preocupar fortemente com o problema da obesidade, que é um problema de Saúde Pública, não só por ela, mas pelos problemas que traz. Nossos principais problemas na Saúde são os cardiovasculares e neoplasias (cânceres), só que a obesidade contribui com isso", argumenta.( Por Bruna Serra e Beatriz Galvez, na Folha Online) |
domingo, 5 de setembro de 2010
BATALHA ELEITORAL
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