terça-feira, 7 de setembro de 2010

ALERTA DE EPIDEMIA DE DENGUE NO ESTADO

Pernambuco está entre um grupo de dez estados brasileiros que, segundo
o Minis­tério da Saúde, correm risco muito alto de enfrentar uma
epidemia de dengue nos próximos meses. A afirmação foi feita pelo
Ministério com base em uma ferramenta chamada de "Risco Dengue", que
utiliza cinco critérios básicos, sendo três do setor de saúde
(incidência de casos nos anos anteriores, índices de infestação pelo
mosquito aedes aegypti e tipos de vírus da dengue em circulação); um
ambiental (cobertura de abastecimento de água, rede coletora de esgoto
e coleta de lixo); e um demográfico (densidade populacional).

No caso de Pernambuco, a incidência nos anos anteriores na Região
Metropo­litana do Recife rendeu quatro pontos; o índice de infestação,
mais quatro; condições do esgotamento e coleta de lixo, quatro pontos;
densidade populacional, dois pontos e a circulação do sorotipo, seis
pontos. O total foi de 20 pontos, limite inicial para o risco muito
alto. Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Saúde do Estado
(SES), desde janeiro, foram notificados 41.908 casos de dengue,
distribuídos em 173 municípios pernambucanos, sendo 11.495
confirmados. Em comparação ao ano passado, os números representam um
aumento de 541,19% de notificações.

Segundo a diretora geral de Controle de Doenças e Agravos da SES,
Jacyra Ferreira, um dos motivos para esta colocação do Estado seria a
circulação por aqui do vírus tipo 1, para o qual os pernambucanos
ainda não têm anticorpos. "Em relação a esses novos dados, vamos
procurar 'sentar' com os municípios, identificando o perfil de cada
localidade e intensificando as ações de combate. Mas, para isso,
também vamos precisar da ajuda da população, já que 70% dos focos do
mosquito estão nos domicílios, por isso, pedimos que todos tomem
cuidado com a água parada", argumentou.

Ainda de acordo com as informações repassadas pelo Ministério da
Saúde, a nova metodologia reforçaria o caráter intersetorial do
controle da dengue e permitirá aos gestores locais de Saúde
intensificar as diversas ações de prevenção nas áreas de maior risco.
Ques­tionado sobre a possibilidade do desenvolvimento políticas
públicas de combate à doença por meio das informações obtidas pela
ferramenta, o Ministério informou que as ações de controle da dengue
são permanentes em todas as três esferas do SUS, municipal, estadual e
federal.

São feitos repasses trimestrais de recursos para ações de Vigilância
em Saú­de para os estados e municípios. Este recurso não é exclusivo
para dengue e os gestores locais têm autonomia para decidir que
porcentagem será aplicada em ações específicas dessa doença, conforme
a realidade local. Para o ano de 2010, a previsão de recursos para a
Vigilância em Saúde é de R$ 1,02 bilhão para todo o País.

Cabe ainda ao Ministério a aquisição e repasse de insumos como
inseticidas, larvicidas e kits diagnósticos, equipamentos, no caso,
nebulizadores costais e máquinas de fumacê, além dos veículos e
medicamentos. Também cabe ao Ministério prestar assessorias técnicas e
fazer capacitações estaduais, além de auxiliar e supervisionar a
elaboração dos planos de contingência locais para dengue. ( Por Júlia
Veras, da Folha Online)

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