Ontem, jovens foram às ruas chamar população para criticar reajuste da
tarifa de ônibus e mostraram o que pretendem fazer no ato de hoje, no
Centro
Estudantes prometem parar o Centro do Recife hoje (11) à tarde, em
passeata contra o reajuste das passagens de ônibus na Região
Metropolitana. A concentração do ato está marcada para as 13h, na Rua
do Hospício, bairro da Boa Vista, em frente ao Ginásio Pernambucano.
Ontem à tarde, o movimento estudantil deu uma mostra do nó que dará no
trânsito, quando parou o cruzamento da Avenida Conde da Boa Vista com
a Rua 7 de Setembro por 20 minutos para convocar a população a
participar.
O protesto de hoje só terminará em frente à sede do Grande Recife
Consórcio de Transporte, no bairro de São José. Foi em uma reunião do
Conselho Superior de Transporte, realizado no Grande Recife, na última
sexta-feira, que se fixou o aumento médio de 8,66% nas tarifas dos
coletivos. Desde domingo, o anel A custa R$ 2, o B passou para R$ 3,10
e o D e o G para R$ 2,45 e R$ 1,30, respectivamente. Mas, para os
estudantes, a passagem precisa ser reduzida.
De megafone nas mãos, a presidente da União dos Estudantes
Secundaristas de Pernambuco (Uespe), Stephannye Vilela, comandou o ato
de ontem chamando os usuários para se juntar à caminhada de hoje. "Já
está tudo acertado para realizarmos uma grande passeata", promete.
Enquanto discursava, os demais estudantes distribuíam panfleto no qual
exigem redução da passagem, estatização do transporte coletivo e
auditoria nas contas das empresas de ônibus.
Usuários que assistiam ao ato público concordaram com a queixa dos
estudantes. "Eles têm mais é que tentar ver se baixam esse preço
mesmo. O aumento foi muito grande. Para mim, estudante não deveria nem
pagar passagem", opinou a professora Carmem Leite, 52 anos.
Mesmo quem usa o VEM reclama do reajuste. "E o pior é que estou sem
meu cartão agora, então estou pagando R$ 2 para andar de ônibus",
lamenta o estudante secundarista Altair José Genaro da Silva, 15.
As organizações estudantis também buscaram adesão para um
abaixo-assinado, que será entregue no fim da mobilização de hoje aos
dirigentes do Grande Recife. Por meio do documento, pretendem
formalizar o pedido de auditoria nas contas das empresas de transporte
público.
Segundo as entidades envolvidas no protesto, a expectativa é que cerca
de 700 pessoas participem da mobilização, entre estudantes e outros
usuários dos transportes coletivos. Além da Uespe, estão à frente do
protesto a União Nacional dos Estudantes (UNE), União dos Estudantes
de Pernambuco (UEP), União da juventude Rebelião (UJR) e os diretórios
centrais dos estudantes da UFPE, UFRPE e Universidade Católica de
Pernambuco (Unicap).
Fazia dois anos que as tarifas de transporte coletivo na Região
Metropolitana não sofriam reajuste. Segundo a presidente em exercício
do Grande Recife Consórcio de Transporte, Taciana Ferreira, este ano
foi necessário aplicar o acréscimo porque houve alta no preço do
combustível e o sistema enfrentou defasagem. O critério usado para
chegar ao percentual de aumento foi a variação do Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro de 2009 a janeiro deste ano.
O Conselho Superior de Transporte rechaçou por 18 votos a 1 a proposta
das Empresas de Transporte Integrado (Urbana-PE), que defendia
reajuste de 24,33%. O único a votar a favor do maior percentual foi o
próprio presidente do Urbana-PE, Luiz Fernando Bandeira de Mello.
Os demais conselheiros são quatro representantes de usuários, membros
de órgãos públicos do Estado e das Prefeituras do Recife e de Olinda,
do Metrô do Recife e da Câmara de Vereadores. Quem preside é o
secretário das Cidades de Pernambuco, Danilo Cabral. ( Do JC Online )
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