quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

BLINDAGEM ESTRATÉGICA

O presidente nacional do PPS e deputado federal eleito por São Paulo,
Roberto Freire, tem uma veia anti-PT que ferve por qualquer deslize
que a legenda venha a cometer. Do mais grave àquele que não é de todo
ruim. Ontem, porém, na volta das férias em família, fez à Pinga-Fogo
por telefone, de São Paulo, ponderações que não carregam apenas a
qualidade do razoável. São também bastante apropriadas à competição
fisiológica que assistimos, entre PT e PMDB, por mais espaço no
governo da presidente Dilma Rousseff.

Chama Freire a atenção para uma satanização maciça do PT e do PMDB
enquanto a presidente Dilma fica protegida por uma blindagem
estratégica. "Começa-se, de novo, a querer criar em torno da figura do
presidente uma certa blindagem nessa tragédia brasileira do
fisiologismo, do clientelismo, da disputa despudorada. Não são apenas
PT e PMDB os responsáveis. A presidente também é. Ela designou
ministros que já entraram com denúncias de maus-feitos e não tomou
qualquer providência. Assiste a tudo isso como se fosse uma vestal.
Como se não tivesse qualquer responsabilidade", observa.

De fato tem a presidente Dilma influência no que virou a primeira
crise política de seu governo. O capital de uma herança altamente bem
avaliada, aliada a uma votação expressiva, só levou a presidente, até
agora, a exibir um discurso firme, zeloso. Na prática, antes mesmo de
dar forma ao seu governo, perdeu o controle de uma guerra na própria
base contra o seu partido, o PT, que já vem tomando proporções
imponderáveis. E quem não tem comando também é responsável. ( Da
coluna Pinga Fogo, do JC )

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