terça-feira, 4 de janeiro de 2011

SAÚDE

UTI NEONATAL DO CISAM SEM
VAGAS PARA NOVOS BEBÊS

Unidade solicitou suspensão da admissão de gestantes de alto risco e
de recém-nascidos. O Barão de Lucena também atingiu capacidade máxima

A Unidade de Terapia Intensiva ( UTI ) para recém-nascidos do Centro
de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), no Recife, alcançou ontem a
lotação máxima e solicitou, à Central de Regulação Médica do Estado,
suspensão por 24 horas da admissão de gestantes de alto risco em
trabalho de parto e de novos bebês. A UTI Neonatal do Hospital Barão
de Lucena, na Caxangá, também atingiu a capacidade máxima, limitando a
entrada de novas crianças.

O déficit de leitos de terapia intensiva para recém-nascidos, causado
sobretudo por falta de profissionais, é um dos problemas à espera do
novo secretário estadual de Saúde, Antônio Carlos Figueira, que recebe
o cargo, às 16h de hoje, de Frederico Amâncio.

Ontem, na Maternidade da Encruzilhada, do Cisam, havia dez bebês em
tratamento intensivo, dois deles ocupando leitos extras. Além disso,
outros dois prematuros eram mantidos na Unidade de Cuidados
Intermediários, aguardando vaga em UTI. Segundo a gerente de
planejamento do centro, Cristiane Morais, além da grande demanda para
a terapia intensiva, a unidade tem restrição nas vagas de UCI. Desde
abril de 2009, cinco leitos de cuidados intermediários foram fechados
por falta de técnicos de enfermagem.

"Fico preocupada. Graças a Deus minha filha, que nasceu de sete meses
e é cardiopata, teve direito à UTI e agora está na UCI. Mas até quando
ela ficará em tratamento se todos os dias chegam crianças disputando
vaga?", afirmou Tatiane Hacker, 27 anos. Ela fez pré-natal particular,
mas, como desenvolveu gestação de alto risco, acabou procurando o SUS.
Avani Ferreira, 34 anos, acompanha o filho nascido no último dia 15,
na UTI do Cisam. "É importante ter mais serviços", diz.

Tadeu Calheiros, diretor do Sindicato dos Médicos, informa que no
próximo dia 11, às 19h, a entidade realizará uma reunião com
neonatologistas do Cisam. Segundo ele, carência de recursos humanos e
escalas incompletas são problemas detectados na unidade. Em meados do
ano passado, o Conselho Regional de Medicina e o Sindicato dos Médicos
promoveram audiência com todos os segmentos envolvidos para tentar
resolver o estrangulamento da rede materno-infantil.

A Secretaria Estadual de Saúde informa que, "apesar da grande demanda
por UTIs e UCIs neonatais, está regulando os leitos da rede e
utilizando toda a capacidade disponível". Ontem, conforme a SES, o
Barão de Lucena e o Cisam comunicaram à Central de Regulação que
estavam com capacidade máxima. "Mas logo que surgirem vagas, passarão
a receber novos pacientes", alertou em nota a secretaria.

Ainda neste primeiro trimestre do ano, está programada a abertura de
nove leitos de UTI Neonatal no Barão de Lucena, para pacientes que
nasceram em outras maternidades. Novas vagas foram abertas nos últimos
quatro anos: duas de UTI e cinco de UCI neonatal no Barão de Lucena,
além de outras dez na rede filantrópica. ( Do JC Online )

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