sábado, 23 de outubro de 2010

NÃO VOTE NA QUADRILHA DE DILMA


VEJA O TAMANHO DA PROPINA PETISTA EM SANTO ANDRÉ

Uma decisão da Justiça traz de volta um fantasma que acompanha o PT e
transforma em réu o partido e o chefe de gabinete do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho. O assessor e o PT viraram
réus num processo em que são acusados de participar de uma quadrilha
que cobrava propina de empresas de transporte na Prefeitura de Santo
André para desviar R$ 5,3 milhões dos cofres públicos. O esquema seria
o precursor do mensalão petista no governo federal.

Na segunda-feira, a Justiça tomou uma decisão que abre de vez o
processo contra os envolvidos. A juíza Ana Lúcia Xavier Goldman negou
recursos protelatórios e confirmou despacho em que aceita denúncia
contra Carvalho, o próprio partido, outras cinco pessoas e uma
empresa. A juíza entendeu, no primeiro despacho, em 23 de julho deste
ano, que há elementos suficientes para processá-los por terem, segundo
a denúncia, montado um esquema de corrupção para abastecer o PT. "Há
indícios bastantes que autorizam a apuração da verdade dos fatos por
meio da ação de improbidade administrativa", disse.

O Estado esteve no Fórum de Santo André na quinta-feira para ler o
processo e a decisão de segunda-feira. A Justiça local já enviou para
a comarca de Brasília a citação do chefe de gabinete de Lula para
informá-lo de que virou réu. No documento, a Justiça pede que Carvalho
receba o aviso em sua casa ou no "gabinete pessoal da Presidência da
República". O Ministério Público quer que o petista e os demais
acusados devolvam os recursos desviados e sejam condenados à perda dos
direitos políticos por até dez anos.

A decisão judicial em acolher a denúncia foi celebrada ontem pelos
promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco) da região do ABC, responsáveis pela investigação. "Ao receber
a denúncia, a Justiça reconhece que há indícios para que a ação corra
de verdade. É um caminho importante para resgatarmos o dinheiro
desviado", disse ao Estado a promotora Eliana Vendramini. Ela destaca
que a Justiça decidiu aceitar a denúncia depois de ouvir a defesa de
todos os acusados nos últimos três anos.

Segundo a ação, o assessor de Lula transportava a propina para o
comando do PT quando era secretário de governo do então prefeito de
Santo André, Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002. "Ele
concorreu de qualquer maneira para a prática dos atos de improbidade
administrativa na medida em que transportava o dinheiro (propina)
arrecadado em Santo André para o Partido dos Trabalhadores", diz a
denúncia aceita pela Justiça. De acordo com a investigação, os
recursos eram entregues ao então presidente do PT, José Dirceu.

Apontado pelo Ministério Público como mandante do assassinato de
Daniel, o ex-segurança Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, é companheiro
de Carvalho na relação de réus. Somam-se ao grupo o ex-secretário de
Transportes Klinger Luiz de Oliveira Souza, o empresário Ronan Maria
Pinto, entre outros. "O valor arrecadado era encaminhado por Ronan ao
requerido Sérgio e chegava, em parte, nas mãos de Gilberto Carvalho,
que se incumbia de transportar os valores para o Partido dos
Trabalhadores", afirma a denúncia. "A responsabilidade de Klinger e
Gilberto Carvalho decorre da sua participação efetiva na quadrilha e
na destinação final dos recursos." O dinheiro, aponta a investigação,
serviu para financiar campanhas municipais, regionais e nacionais do
PT. Por isso, o partido também responderá ao processo como réu. ( Por
Ana Paula Scinocca e Leandro Colon, no jornal Estado de S. Paulo )

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário