segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A BRIGA ENTRE SERRA E DILMA NA BAND

Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) partiram para o confronto
direto e para a troca de acusações - sem interrupção em momento algum
- no primeiro debate entre os dois candidatos no segundo turno da
eleição, na TV Bandeirantes ontem à noite. Foi o primeiro
enfrentamento real entre a petista e o tucano desde o início da
campanha oficial e deu o tom da disputa nas três semanas que restam da
disputa. Dilma foi a primeira a chamar para a "briga", na primeira
pergunta feita a Serra. O confronto e o clima quente durou até o fim
do debate.

"Sua senhora, Mônica Serra, disse que a Dilma é a favor da morte das
criancinhas. Nós não temos esse ódio no Brasil. Católicos e
evangélicos estudam nas mesmas escolas", atacou Dilma, em referência à
polêmica do aborto instalada na disputa presidencial. "Entre prender e
atender (as mulheres que fazem aborto), eu prefiro atender". Além de
contra-atacar em relação ao assunto,a petista elegeu a privatização
como assunto para criticar Serra. "Você disse que é a favor da
liberação do aborto e depois mudou de opinião. São duas caras", disse
o tucano. "E você tem mil caras, Serra", rebateu Dilma.

O candidato do PSDB insistiu na acusação de que Dilma mudou de opinião
sobre a descriminalização do aborto e citou por diversas vezes o caso
de tráfico de influência dentro da Casa Civil, comandada pela então
ministra-chefe Erenice Guerra, "braço direito, herdeira de Dilma".
"Sobre Deus, ora você disse que acredita, ora disse que não acredita",
insistiu Serra. Para Dilma, o tucano se apoia em "calúnias, mentiras e
difamações". "Você já é réu por calúnia, e esse é o primeiro passo
para ser enquadrado na Lei do Ficha Limpa".

Partir para o confronto foi uma estratégia adotada por Dilma, que
buscou rebater as acusações sobre ser favorável ao aborto, fazer
acusações a Serra e associá-lo às intenções de privatização. Foram
recorrentes as citações ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O
nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pouco apareceu no debate.
A cada provocação de Dilma, Serra também respondia com acusações e
críticas à postura da ex-ministra.

Tanto de um lado quanto de outro surgiram referências e acusações
quanto aos principais apoiadores das duas candidaturas. Dilma atacou o
vice da chapa tucana, Índio da Costa, do DEM. "Ele cria grupos para me
atingir, inclusive com questões religiosas". Serra falou do presidente
do PT, José Eduardo Dutra, e do ex-ministro da Fazenda no governo
Lula, Antônio Palocci, atuais coordenadores da campanha petista.
"Dutra elogiou leis aprovadas por FHC. Palocci sempre se derramou em
elogios à política econômica de Fernado Henrique".

Dilma citou ainda os ataques do PCC em São Paulo e fez acusações
contra um assessor de Serra. "Paulo Vieira de Souza, seu assessor de
campanha, fugiu com R$ 4 milhões". O tucano disse ter "cabeça própria"
e que não foi "pinçado por ninguém". "Na minha história, não tenho
nada guardado no cofre". Nos intervalos do debate, Dilma era cercada
por Palocci, Dutra e João Santana, marqueteiro da campanha petista.
Serra era assessorado por Luiz Gonzales, marqueteiro da campanha, e
por assessores diretos. Tucanos e petistas da plateia aplaudiam a cada
resposta de seus respectivos candidatos. ( Informações do site
diariodepernambuco.com.br )

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