sábado, 23 de outubro de 2010

ANTIBIÓTICO TERÁ TRATAMENTO DE REMÉDIO TARJA PRETA

As farmácias e drogarias brasileiras serão obrigadas a reter a receita
médica durante a venda dos antibióticos. A medida foi anunciada pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nessa sexta, dia 22.

Os estabelecimentos terão 30 dias para se adequar à norma a partir da
publicação da medida no Diário Oficial da União, o que deve ocorrer
na próxima semana. O principal objetivo da proposta é restringir a
venda indiscriminada desse tipo de medicamento.

Com a nova regulamentação, uma das vias da receita ficará com a
farmácia e a outra com o consumidor. Essa norma já é usada no comércio
de remédios de tarja preta. As bulas e embalagens também devem ser
alteradas para incluir a frase: "Venda sob prescrição médica – só pode
ser vendido com a retenção da receita". Além da retenção da receita,
todas as vendas deverão ser informadas ao Sistema Nacional de
Gerenciamento de Produtos Controlados.

A toxicologista da Universidade de Brasília (UnB) Andrea Amoras
acredita que a proposta é importante para conter a resistência de
microorganismos fortalecidos pelo uso sem controle desse tipo de
medicamento. "A regulamentação é importantíssima para a sociedade. O
uso indiscriminado e errôneo de antibióticos faz com que surjam
microorganismos fortes. Essa regulamentação previne o aparecimento
desses organismos", disse Amoras.

As regras vão valer para mais de 90 substâncias, entre elas
amoxicilina, azitromicina, cefalexina e sulfametoxazol, princípios
ativos de mais 1.200 medicamentos registrados no Brasil. "Essas
substâncias foram escolhidas por serem as campeãs de comercialização.
A intenção da agência, porém, é que outras sejam incluídas
gradativamente no sistema", explicou o diretor-presidente da Anvisa,
Dirceu Raposo.

O presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e
Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, concorda com a proposta.
"Nós apoiamos a restrição. A grande questão é o acesso da população
aos medicamentos, porque é uma realidade do consumidor não ter acesso
aos médicos. A regulamentação pode dificultar esse acesso", disse Mena
Barreto.

Um levantamento feito por uma rede de farmácias do Distrito Federal
mostra que, em setembro, foram vendidos 43,8 mil medicamentos. O
antibiótico mais vendido da lista é a amoxicilina, com mais de 7,3 mil
vendas, seguido da cefalexina, com cerca de 4,7 mil unidades vendidas.
A informação foi dada pelo presidente do Sindicato do Comércio
Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal, Diocesmar
Felipe de Faria.

Para ele, as novas regras não vão alterar o mercado. "Nós não temos
expectativa de queda nas vendas de antibióticos. A medida do governo é
favorável e acertada. Esse tipo de medicamento deve ser controlado e
usado após consulta médica e só quando for necessário. Nós, do
comércio farmacêutico, apoiamos", disse o presidente.
( Fonte: Agência Brasil )

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