segunda-feira, 18 de outubro de 2010

NADA DE POLÊMICA NO NOVO DEBATE

Os dois candidatos à Presidência trocaram a alta temperatura da
campanha por um debate com tom mais técnico, focado em temas como
infraestrutura e combate ao tráfico de drogas, ontem à noite, na Rede
TV!. Tanto José Serra (PSDB) quanto Dilma Rousseff (PT) evitaram as
principais polêmicas que pautaram a corrida eleitoral nos últimos
dias, mas abordaram temas espinhosos, como a greve dos professores do
estado de São Paulo e a falta de investimentos do Palácio do Planalto
nas rodovias federais. Os assuntos mais "quentes", no entanto, foram
levantados por perguntas de jornalistas, como o escândalo envolvendo o
ex-diretor da Dersa - empresa paulista de transportes -, Paulo Vieira
Souza, conhecido como Paulo Preto, e a ex-ministra da Casa Civil
Erenice Guerra.

Eles utilizaram a estratégia de tentar pautar o andamento do debate,
sem deixar o adversário ganhar espaço para discursar. Foto: Eliária
Andrade/Agência o Globo. Utilizaram a estratégia de tentar pautar o
andamento do debate. Por mais de uma vez, Dilma e Serra não
responderam às perguntas do oponente, para falar sobre os temas mais
positivos às suas candidaturas. A petista evitou discorrer sobre o
investimento do governo federal em treinamento profissional com
recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). "O governo Fernando
Henrique investia R$ 700 milhões nesse treinamento com dinheiro do
FAT. No entanto, a partir de 2003, passou-se a investir sete vezes
menos. No governo anterior, 14 milhões de pessoas passaram por
treinamentos. No atual, não foram mais de 2 milhões", criticou Serra.
Dilma preferiu responder à questão enaltecendo a criação de vagas de
cursos técnicos pelo governo federal.

Já o tucano, mesmo questionado várias vezes, não comentou a polêmica
referente à compra da Gás Brasiliano, da italiana Eni, pela Petrobras.
A transação, avaliada em US$ 250 milhões, teria sido contestada pelo
governo de São Paulo. Dilma acusou o governo paulista de querer
prejudicar a estatal brasileira, barrando a negociação para favorecer
a compra da Gás Brasiliano pela empresa japonesa Mitsui. "A Petrobras
ofereceu a melhor oferta, ganhou a concorrência. Se vocês gostam tanto
da Petrobras, por que não querem que a Petrobras compre a Gás
Brasiliana?", questionou a petista. Em resposta, Serra disse apenas
que a proibição não era responsabilidade do governo de São Paulo.

Durante um dos intervalos do programa, diante do desvio de Serra em
relação à Gás Brasiliana, um dos coordenadores da campanha de Dilma, o
deputado federal Antônio Palocci (PT-SP), conversou energicamente com
a candidata, sugerindo a continuidade do tema. Nos bastidores, o
candidato a vice de Serra, Índio da Costa (DEM-RJ), chegou a reclamar
da "insistência" de Dilma no assunto. "Hoje eu estava em um salão e
uma cabeleireira afirmou que não ia votar no Serra porque ele vai
privatizar a Petrobras. Estão tentando criar esse boato", reclamou
Índio.

Se os candidatos evitaram os ataques mais fortes, a temperatura do
debate ficou mais alta por conta das claques petista e tucana. Quando
Serra afirmou que as ações da Petrobras tinham subido por conta de
suas chances de ganhar as eleições, a plateia pró-Dilma vaiou e
gargalhou. Do lado tucano, houve aplausos. O apresentador acabou
repreendendo os manifestantes.
( Do diariodepernambuco.com.br )

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