domingo, 15 de agosto de 2010

CORRENDO RISCOS NA BUSCA DE VOTOS


O corre-corre dos políticos, durante a campanha eleitoral, obriga o candidato, muitas vezes, a correr riscos em seus deslocamentos de uma agenda a outra. De 2002 para cá, três políticos foram vítimas de acidentes, dois de carro e um de avião. No dia 2 de agosto de 2002, o então candidato a deputado estadual, Severino Júnior, filho do ex-presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti, morreu em um acidente automobilístico.

Em setembro daquele mesmo ano, o deputado Raul Henry (PMDB) por pouco não morreu em um acidente aéreo. Ele foi salvo pelo piloto, pouco antes da aeronave explodir. No último dia 8, o carro do deputado Clodoaldo Magalhães (PTB) capotou cinco vezes na BR-232, em Gravatá. Magalhães sofreu escoriações e uma pancada no tórax.

O acidente com Clodoaldo acendeu o sinal de alerta no meio, obrigando os políticos a redobrarem os cuidados com a vida, durante os deslocamentos de um município a outro em decorrência das extensas agendas de campanha.


O próprio Clodoaldo admite que, após o susto, redobrou a atenção. Embora garanta que já era cuidadoso. "Eu sempre tive cuidados, é tanto que nunca sofri um acidente na minha vida. A gente sempre tem cuidados, mas, até por conta do susto, vamos redobrar", afirmou.

Mesmo cauteloso, o parlamentar analisa que existem situações em que não dá para prever o que vai acontecer, nem para medir os riscos. "A gente está sempre redobrando os cuidados, mas não tem como você evitar alguns riscos. Eu fui votado em 174 municípios, tenho que percorrer muitas cidades. É uma agenda muito louca. Então, por mais que a gente tenha cuidado, dirija devagar, tenha um carro seguro, mas a pista molhada, a BR duplicada, pista mão única... É natural que você corra", analisou.


O acidente com o parlamentar ocorreu quando ele vinha de Caruaru para uma reunião no Recife. Chovia bastante na região, quando o motorista perdeu o controle do carro e capotou nas próximidades do Vila da Serra, em Gravatá. Ninguém teve ferimentos graves.

João Paulo (PT), ex-prefeito do Recife e candidato a deputado federal, também é um político cauteloso. O petista evita viajar à noite, respeita a velocidade máxima permitida nas estradas e não permite que seu motorista dirija cansado.


"Graças a Deus nunca sofri acidente. Todo cuidado é pouco. Quando viajo, procuro não ultrapassar o limite de velocidade da pista, respeito o repouso do motorista, as condições do carro que tem que estar com a manutenção em dia", contou João Paulo, enfatizando ainda que seu motorista é "extremamente profissional". As viagens do petista são tão tranquilas que até dá pra meditar. Ele disse que medita, em torno de uma hora, quando viaja.


"Quando ele diz que vai meditar, eu desligo o som e ele fica uma hora ou mais meditando", disse o motorista do petista, Marcelo José de Oliveira, 47 anos. Oliveira já trabalha para João Paulo há dez anos. E se orgulha de ter a confiança do "comandante". "Ele só viaja comigo porque ele tem confiança", diz Oliveira, frisando que tem "cuidado total" quando dirige. "A segurança dele é a minha", ressalta o profissional.

O candidato do PT ao Senado, Humberto Costa, conta que passou por muitas situações de risco. Chegou a viajar à noite em estradas em péssimas condições: cheias de buracos e escuras. "Muitas vezes viajei à noite, até dobrando. É complicado. Passei por riscos grandes. Por exemplo, na eleição de 2002, fretei um avião que era de um piloto que terminou morrendo em um acidente com ele em Maceió. Às vezes as conidições da via não eram boas, era escura, cheia de buracos. Hoje a gente tem andado de avião mais seguro ou de carreira, desce em Petrolina e faz toda a agenda de carro", relatou.

( Reportagem de Marileide Alves, do Jornal do Commercio)









 

 

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