CÂMARA RECIFENSE RECOMEÇA OS TRABALHOS

Sob uma atmosfera de cobranças e conciliação, a Câmara Municipal do
Recife reiniciou ontem os trabalhos legislativos empossando os
suplentes da coligação e abrindo espaço para o prefeito do Recife,
João da Costa (PT), acalmar os ânimos dos vereadores insatisfeitos com
a falta de diálogo da administração petista. Dos 37 vereadores que
exercem mandato na Câmara, apenas seis faltaram. Na lista de ausentes,
está toda a bancada do PTB (ver matéria abaixo) e ainda os dois únicos
do PSB, além de André Ferreira (PMDB), que viajou para acompanhar a
posse do irmão, Anderson Ferreira (PR), na Câmara Federal.

A vereadora Marília Arraes (PSB) afirmou que estava programada para
comparecer à cerimônia mas o voo São Paulo-Recife atrasou e, por isso,
não pôde chegar a tempo. Já o seu correligionário, João Arraes, alegou
compromissos médicos. Apesar dos faltosos, o reinício dos trabalhos da
Câmara contou com a presença de alguns políticos que não renovaram o
mandato no último pleito, a exemplo de Roberto Magalhães (DEM), André
de Paula (DEM) e Raul Jungmann (PPS), além de 11 secretários
municipais.

Na solenidade, tomaram posse os vereadores Maré Malta (PPS), Almir
Fernando (PCdoB), Rogério de Lucca (PSL) e Liberato Costa Júnior
(PMDB). O "velho Liba" foi saudado por todos que subiram na tribuna,
inclusive, pelo prefeito que o classificou de "amante da cidade". A
rodada de discursos foi aberta pelo presidente, Jurandir Liberal (PT),
que destacou a necessidade de implementar uma maior transparência nas
ações da Câmara.

Em tom de recado a João da Costa, Priscila Krause (DEM) - líder da
oposição - reconheceu a mudança de postura do prefeito e sua tentativa
de aproximação com os vereadores. "Espero que este simbolismo tenha
consequências práticas nas relações com o Legislativo, no atendimento
aos pedidos de informação, na convocação dos secretários e na não
utilização do rolo compressor da maioria governamental para aprovar
matérias que não sejam compatíveis com o interesse público",
ressaltou, sem deixar de alfinetar o petista. A democrata cobrou
também explicações sobre a retirada de R$ 5,7 milhões dos recursos
destinados ao programa Capibaribe Melhor.

Líder do governo na Casa, o vereador Josenildo Sinésio (PT) optou por
um discurso mais técnico em detrimento de uma abordagem política em
defesa da atual administração, a qual classificou de "competente" e
"arrojada". Mas, ao final de sua fala, escapou de cometer uma gafe ao
quase repetir o slogan "A grande obra é cuidar das pessoas", que foi a
marca da administração do ex-prefeito João Paulo (PT). Segundo o
presidente da Casa, Jurandir Liberal (PT). "As matérias polêmicas
ficarão para a próxima semana", completou. ( Informações do Jornal do
Commercio )