segunda-feira, 1 de novembro de 2010

DILMA, A PRIMEIRA MULHER ELEITA PRESIDENTE


O Brasil elegeu ontem a primeira mulher para a Presidência da República: Dilma Rousseff, do PT. Sua vitória teve a participação do cabo eleitoral mais popular do País, o presidente  Lula, que mesmo sem estar participando diretamente do pleito, teve papel fundamental ao transferir todo seu elevado índice de popularidade à candidata que escolheu para disputar sua sucessão e levá-la à vitória nas urnas neste segundo turno – mesmo sendo uma estreante na seara de uma disputa eleitoral e concorrendo com um nome forte da oposição, o ex-governador tucano José Serra.

Se dependesse dos números das primeiras pesquisas eleitorais divulgadas em 2007, a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República jamais teria sido levada adiante. Em outubro de 2007, a pesquisa CNT/Sensus mostrava a então ministra-chefe da Casa Civil com 5,7%. Essa mesma pesquisa, contudo, mostrava que cerca de 35% dos entrevistados poderiam votar em alguém apoiado por Lula. Com base nessa sinalização, o presidente traçou um engenhoso plano para lançá-la na arena da disputa presidencial, trabalhando intensamente para colar sua imagem à de Dilma.

E a estratégia funcionou. Coube a Dilma o lançamento de uma das maiores vitrines do governo, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2007. No ano seguinte, Lula a batizou de "mãe do PAC". Como boa discípula, Dilma se autonomeou durante a campanha eleitoral de "mãe do Luz para Todos", programa do governo federal, criado em 2003, com o objetivo de levar energia elétrica às áreas rurais do País. E no decorrer da campanha, quando já liderava a corrida presidencial, assumiu de vez o instinto maternal e disse que pretendia ser a "mãe de todos os brasileiros".

PESQUISAS

Depois de um primeiro turno no qual saíram desacreditados, os institutos de pesquisas conseguem se redimir e acertam nas previsões para o segundo turno. Ouvidos pelo JC, especialistas creditam os acertos a três fatores principais: na maioria dos Estados, a disputa foi de dois candidatos para um cargo, o de presidente da República, a eliminação da incapacidade dos institutos de prever as "ondas de opinião" ou o "fator surpresa", comuns no primeiro turno, e maior cuidado na aplicação e apuração dos questionários, em razão dos erros do primeiro turno. "2010 se assemelhou a 2002, quando também houve a disputa por seis cargos (presidente, governador, dois senadores e deputados federal e estadual). Além disso, ainda não se tem tecnologia para captar as ondas de opinião, mudanças que ocorrem na reta final, às vésperas do pleito. Por isso, erraram flagorosamente no primeiro turno", aponta o economista e consultor Maurício Romão. Favorece, ainda, diz Romão, a queda de brancos e nulos.

Para corresponder às previsões, agora, o cientista político Túlio Velho Barreto revela que os institutos contaram com a abordagem mais fácil – só sobre dois candidatos e um cargo –, o que restringiu o fator surpresa e diminuiu a margem de erro de todos a 2%. "No primeiro turno, houve o crescimento de Marina Silva (PV) no final, o que não foi captado, então o fator surpresa", detalha Barreto. ( Do Jornal do Commercio)

Nenhum comentário:

Postar um comentário