sábado, 31 de julho de 2010

LÁGRIMAS, PARA QUE TE QUERO?

Uma mulher chora no banheiro, enquanto sua amiga lhe dá tapinhas nas
costas e diz "chorar não vai adiantar nada". A cena descrita é bem
mais comum do que se imagina. Mas, afinal, chorar adianta?

Para o psicólogo israelense Orson Hasson, da Universidade de Tel Aviv,
o choro é usado para ganhar a piedade de inimigos, a empatia e a
intimidade de amigos. Luciana Rizo, da Psicoclínica Cognitiva do Rio
de Janeiro, explica que o choro "pode acontecer para a liberação de
uma forte emoção" – por isso, não pode ser reprimido. O professor
Roger Baker, da Universidade de Bournemouth, no Reino Unido, definiu,
em entrevista ao Daily Mail, que chorar é "transformar o sentimento
estressante em algo tangível, e esse processo em si já ajuda a
diminuir o trauma".

Além de trazer um alívio psicológico, a lágrima emocional tem doses
baixas de hormônios que acalmam a pessoa que chora. O neurocientista
Willian Frey, da Universidade de Minnessota, liderou uma pesquisa
sobre o funcionamento do cérebro durante o choro. O estudo concluiu
que o cérebro libera uma substância (leucina-encefalina) que anestesia
e relaxa durante um período bem pequeno de tempo.

Mesmo com todos esses benefícios, é necessário ter limites. "O choro
cumpre um papel de colaborador no alívio de tensão de uma forte
emoção. Agora, em casos onde o choro funciona para ruminação da
tristeza, ele acaba fazendo mal ao indivíduo", distingue Luciana Rizo.

Engole esse choro!

Outra questão importante quando se fala em choro é sobre as crianças.
Tânia Zagury, educadora e autora do livro "Educar sem Culpa" (Editora
Record), diz que, como ainda não conseguem explicar o que lhe
desagradam, crianças de até quatro anos se expressam chorando. "Mesmo
as crianças que falam ainda não têm um domínio substancial das suas
emoções, por isso choram", completa.

Antes de repreender, portanto, os pais precisam analisar as condições
da criança – será que ela está com muito frio ou calor? Ou alguma
roupa a incomoda? "Os pais mais atentos sabem perfeitamente distinguir
um choro de tristeza e um choro de dor, e também de uma manha", afirma
a educadora, que defende a repreensão somente quando a criança chora
para fazer chantagem ou manipular os pais. ( Informações do IG São
Paulo)

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