sexta-feira, 9 de julho de 2010

CADÊ O SERVIÇO DE SAÚDE NO SITE DA PCR?

( Informações do Jornal do Commercio)
A Secretaria de Saúde do Recife não tem site próprio; no portal da Prefeitura, faltam informações básicas sobre atendimento das unidades hospitalares
O especialista recifense em tecnologia da informação (TI) Leonardo Maranhão conhece tudo de informática. Mas o profissional que trabalha na gigante IBM e domina os sistemas de computadores há mais de 15 anos se perdeu completamente no site da PCR quando mais precisou. Foi na semana passada que Maranhão quebrou uma das pernas e, tentando auxílio junto ao portal da web da Prefeitura, em busca da comodidade de encontrar uma unidade de sáude próxima à sua residência, acabou ficando pior. A dor do membro inferior atingiu a cabeça. A raiva com a falta de informações mais claras e precisas sobre a rede de saúde da cidade e as especialidades médicas de cada unidade

criou, segundo ele, um descontentamento ainda maior.

Achar o site até que foi fácil, difícil foi entender o que é "Distrito Sanitário", "RPA" (subdivisões administrativas) e "advinhar" que quase todos os telefones listados nas unidades de saúde sofreram mudanças em seu ramal há mais de dois meses. Os "3232" foram substituídos pelo "3355" e grande parte deles, inclusive, tiveram também modificação no terminal, sem a devida atualização na web, como foi o caso da Policlínica em Campina do Barreto, bairro da Zona Norte do Recife (no portal aparece um número distinto do atual, 3355.7891), conforme informação coletada pelo JC Online junto à Central Telefônica e da Ouvidoria da Prefeitura.

E não foi somente essa dificuldade que o especialista em TI enfrentou. Diferenciar as atividades, especialidades e horários de atendimento (todos ausentes no site) de Unidade de Cuidados Integrais, Policlínicas, Centros de Saúde e outros pontos de atendimento não foi fácil. O site da Prefeitura não apresenta de forma clara, didática e de fácil acesso esses dados aos cidadãos. Sobre os telefones que existem no site "ninguém atende", afirma Leonardo.

De acordo com o especialista em ciência política Clóvis Miyachi, do Núcleo de Estudos Eleitorais, Partidários e da Democracia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), "para que a informação possa ser transparente, alvo do discurso de muitas prefeituras, ela tem que ser acessível; têm que ser coletadas, processadas e armazenadas para que todos os cidadãos possam ter acesso livre e facilitado, inclusive na Internet. Talvez os governos não disponibiliza com clareza esses dados por conta da falta da atendimento pleno da demanda mesmo e da necessidade da comercialização da saúde. Também pode existir a seguinte questão: quem acessa à internet utiliza os serviços públicos de saúde?".

Assim, não restou outra opção a Leonardo Medeiros senão ligar para a Ouvidoria Municipal de Saúde (0800 281 1520). Pena que o atendimento se encerra às 19h e vai de segunda a sexta. Dúvidas e reclamações devem ficar para o horário comercial mesmo, já que o formulário presente no link da Ouvidoria "para mais informações" está quebrado, sem funcionamento.

"Dessa forma não me restou outra alternativa. Acabei foi enviando um e-mail diretamente ao prefeito, explicando minha insatisfação com a falta de informações básicas do site, de dados mínimos; E advinhem? O e-mail que está no site: prefeitojcosta@gmail.com não existe; voltou para minha caixa postal logo em seguida. Fiquei chocado, com uma perna quebrada e de mãos atadas".

Depois da odisséia pela qual passou o especialista em TI, o JC Online resolveu, então, fazer uma pesquisa sobre quanto custaria à Prefeitura elaborar um sistema de busca mais moderno para facilitar a vida dos cidadãos que desconhecem as unidades de saúde da capital e precisam saber o que oferecem cada uma delas, em qualquer momento do dia.

"De R$ 3 a R$ 5 mil, dependendo do critério e refinamento da busca que se pretende programar. Mas certamente não ultrapassaria os R$ 7 mil uma busca por localidade e especialidade médica, tendo como base o local onde o cidadão mora. E, se contratar diretamente programadores, ao invés de empresas, a despesa fica mais em conta ainda", afirma o programador Breno Olímpio da ".Com Informática", empresa pernambucana vencedora de importantes contratos de licitação para informatização de órgãos públicos.


 

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