Um tiro que saiu pela culatra. Assim a Folha de Pernambuco, na edição desta quarta-feira, sintetizou o escorregão que os governistas sofreram na sessão desta terça-feira na Câmara recifense. Esse tiro levou ao insucesso da estratégia adotada pela bancada governista da Câmara Municipal do Recife, que buscava a aprovação da reforma administrativa, enviada há quase dois meses pelo Executivo, e que tem encontrado resistência para ser votada. A vereadora Vera Lopes, do bloco oposicionista, deu a pancada certa em meio ao confronto. Vejam como foi.
A mensagem deixou o plenário, de novo, sem o desfecho esperado pela base governista. No momento em que a matéria foi colocada em votação, o petista Luiz Eustáquio pediu vistas para evitar que um novo oposicionista - Priscila Krause pedira na semana passada - o fizesse e prorrogasse, por mais cinco dias, a análise do texto. Contudo, a vereadora Vera Lopes solicitou, em seguida, um pedido de vista conjunto, o que deixou os governistas babando de raiva.
O presidente da Casa, o petista Jurandir Liberal, não acatou de imediato o pedido de Vera Lopes, alegando que o Regimento Interno da Casa não prevê o artifício utilizado pela vereadora já que matéria já fora retirada do plenário para análise individual da líder da bancada, Priscila Krause. Argumento que foi rechaçado pela própria democrata, que assegurou ao petista que a solicitação de sua colega de bancada era pertinente. “Pode sim! O parágrafo 2º do artigo 357 do Regimento Interno não limita o número de vereadores que podem pedir vistas de forma conjunta num segundo momento”, frisou a democrata.
Inconformado com o questionamento de Priscila, Jurandir Liberal afirmou, em tom mais forte, que a solicitação de vista seguiria negada. “O vereador Luiz Eustáquio já fez o pedido e outro não poderá ser feito”, destacou o presidente, recebendo, na sequência, críticas da democrata. “O senhor está sendo autoritário como presidente! O Regimento Interno não limita”, bradou a parlamentar. Inconformada, Priscila chegou a falar que iria ingressar com recurso, na Justiça, por desrespeito à norma da Casa de José Mariano. E aí o confronto pegou fogo no plenário. A oposição, com Vera Lopes no meio do confronto, está com todo gás.
Por sua vez, o vereador Carlos Gueiros (PTB) pediu a palavra para solicitar uma revisão do Regimento Interno da Câmara com o fim de encerrar a discussão. E, após rápida reunião com os membros da Mesa Diretora, o presidente Jurandir Liberal permitiu que outros parlamentares, além de Luiz Eustáquio, pudessem analisar o projeto de reforma. “Os demais vereadores que quiserem pedir vistas podem pedir”, sentenciou o petista. Houve palmas das galerias, festejando a vitória da proposta de Vera Lopes. A data limite para a matéria da reforma voltar ao plenário e ser votada é na próxima terça-feira, dia 10.
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