terça-feira, 27 de abril de 2010

Prefeitura recolherá livros sobre educação sexual

A polêmica sobre o livro Mamãe, como eu nasci?, adotado como paradidático pela rede municipal de ensino do Recife, chegou hoje ao plenário da Câmara de Vereadores. E acabou no gabinete do secretário de Educação, Cláudio Duarte. Um grupo de parlamentares, pressionados por eleitores, reclamaram da distribuição da obra de Marcos Ribeiro para crianças do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental.

Do secretário, os vereadores ouviram que os livros serão recolhidos a partir de amanhã pelos diretores das escolas. A determinação da Prefeitura é que, antes de uma redistribuição, o tema educação sexual seja discutido com professores e pais de alunos. "A partir de amanhã , vamos começar o debate", afirmou Cláudio Duarte.

Quem mais sofreu pressão dos pais e responsáveis por alunos foram os vereadores evangélicos. André Ferreira (PMDB) e Luís Eustáquio (PT) receberam queixas fiéis de sua igreja, a Assembleia de Deus. "Fui procurado por professores e pais. E achei o livro uma aberração!", avaliou o peemedebista. Vera Lopes (PPS), da bancada de oposição ao governo João da Costa (PT), classificou a publicação como inadequada para a cidade. Ela acredita que o livro serve de estímulo à sexualidade precoce das crianças.

A ação dos vereadores ocorreu uma semana depois de o Diario de Pernambuco ter publicado reportagem sobre o assunto. Na semana passada, pais e responsáveis por alunos de escolas da Zona Norte do Recife queixaram-se do conteúdo do paradidático, que entre outras coisas exibe um menino e uma menina se masturbando. O livro é destinado a estudantes do 4º e 5º ano da rede municipal, com idades entre 8 e 9 anos.

Segundo o secretário, os questionamentos se limitam à metodologia utilizada pela rede de ensino e não à necessidade de se discutir a educação sexual. "Não estamos tirando o tema de pauta. Ele é importante para uma cidade em que a gravidez na adolescência é alta nas classes com renda de até um salário mínimo", frisou. A Prefeitura distribuiu cerca de 25 mil livros para estudantes de 208 unidades de ensino.



Diário de Pernambuco


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