quinta-feira, 1 de março de 2012

PELA REABERTURTA DO CTMO


AUDIÊNCIA PÚBLICA DESENCADEIA A LUTA PELA REABERTURA DO CENTRO
DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

Com a realização de audiência pública - nesta quinta dia 1 de março - foi desencadeada a luta da sociedade recifense pela reabertura do CTMO - Centro de Transplante de Medula Óssea. Essa entidade, que funcionava no Hemope, foi fechada arbitrariamente pelo Governo do Estado, imnpedindo a população de ser atendida nos casos em que necessita desse tipo de transplante. A audiência, no Plenarinho da Câmara Municipal, foi promovida pela pediatra e vereadora do Recife, Dra. Vera Lopes, e reuniu médicos e médicas, além de representantes de outras entidade, a exemplo da Defensoria Pública. Da mesa participaram, sob o comando da Dra. Vera, a integrante da ATMO (Amigos do Transplante de Medula Óssea), Liliane Peritone, o presidente desta entidade, Gilberto de Castro, a defensora pública dos consumidores e idosos, Cristina Sakaki, e Antônio Jordão, do Sindicato dos Médicos local e candidato a presidente desta entidade, o Simepe, pela Chapa 2, de oposição. Aos que não sabiam para que serve tal transplante, foi explicado que é a medula que gera o sangue no corpo humano. Por aí se vê a importância dessa intervenção para recuperar a qualidade do sangue nas pessoas que precisam.

Todos foram unânimes em condenar a atitude do Estado ao fechar o CTMO, vendo nisso uma estratégia para, cada vez mais, privatizar o atendimento médico em todas as áreas. Isso, como notou a doutora Liliane Peritone, em total prejuizo para os pacientes com doenças onco-hematológicas. Ela lembrou que nos últimos anos o CTMO realizou cerca de 70 transplantes
de medula, mas começou a faltar medicamentos, a ponto de, em 2011, realizar apenas 11 transplantes. Esse fato, apontaram os medicos e médicas presentes, é fruto da falta de uma política estatal de hematologia.

" Agora, com essa situação - disse Liliane - muitos pacientes estão sendo levados para Curitiba e São Paulo. O Governo alegou que cada transplante custa muito caro. só que a central de transplantes não foi ouvida. Na área política, até agora só a doutora Vera Lopes abordou esse caso do fechamento do CTMO, e agora luta pela sua reabertura. Não havia prejuizo para o Hemope, pois era o SUS que pagava pelos transplantes". A integrante da ATMO sugeriu que, impulsionada por essa audiência pública, a Câmara recifense peça o apoio dos partidos políticos a fim de que se exija do Estado uma clara política onco-hematológica.

Por sua vez, o presidente da ATMO, Gilberto de Castro, qualificou o fechamento do Centro de Transplantes como "uma atrocidade perpetrada pelo Estado", e agradeceu à Dra. Vera Lopes, em nome de sua entidade, por essa atuação e pela iniciativa dela em criar a Semana Municipal de Doação de Medula Óssea, a qual já foi sancionada pelo Executivo. Com a palavra, a Doutora Vera Lopes chamou a atenção de todos para um fato inaceitável: as áreas de saúde municipal e estadual foram convidadas a comparecer à audiência, mas não mandaram ninguém, e nem justificaram a ausência.

O médico Antônio Jordão notou que a médica Vera Lopes, embora seja vereadora, não abandonou sua atividade intensa como pediatra, sempre atuante. Jordão também elogiou a atuação da ATMO, e acusou o governo de estar impondo um "novo modelo" para o atendimento médico local, ou seja, a privatização do serviço público da saúde. "Isso é uma ilegalidade, pois é inconstitucional. trata-se do descumprimento da Lei por quem foi eleito para cumpri-la. Estamos vendo um retrocesso social. O governante está desmontando as conquistas de nosso povo".

A Dra. Vera Lopes, em seguida, confessou estar impressionada com o modo como os pacientes, na área do transplante de medula, estão sendo tratados. "Eles estão sendo transferidos para as UPAs, unidades que não estão preparadas para tratar dos que precisam desse transplante", enfatizou. Em seguida, entusiasmada com a qualidade da discussão na audiência, a defensora pública Cristina Sakaki defendeu o direito dos pacientes em terem tratamento adequado e humano. Para ela, esta audiência pública teve e tem uma altíssima importância. "Como já se disse, a saúde tem custo, mas a vida não tem preço". A defensora se colocou como testemunha diária das dificuldades de muitas pessoas para conseguirem tratamento adequado. Disse que a sua luta, como a de Vera Lopes, são em favor da humanização, evitando-se os retrocessos. 'A Defensoria está solidária com esta causa, com a iniciativa da Dra. Vera, a qual está de parabéns!!!".

Na platéia, o representante da ADUSEPS (Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde), Carlos Freitas, teve a palavra franqueada, para sugerir que essa audiência pública motive a apresentação de uma carta aberta à população sobre a importância do CTMO, para o que terá o apoio integral desta Associação. Esta atitude, concordaram todos, já é um importante sinal de que a mobilização social e profissional pela reabertura do CTMO começa a crescer. A médica e vereadora Vera Lopes está e estará no centro desta mobilização para fazer o Governo recuar de sua atitude desumana e privatista.



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